Leitos de UTI da rede pública estão acima de 100% há cinco dias

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Renan Mattos (Diário)
Husm está acima da capacidade tanto na UTI quanto nos leitos clínicos

CORREÇÃO - ao contrário do que informou a reportagem, 22 pessoas aguardam na UPA por leitos, não necessariamente de UTI. Como consta a seguir, são 8 pacientes na fila por UTI, 12 por leitos clínicos de Covid-19 e outros dois para leitos não Covid-19. A informação já foi corrigida no texto.

As informações foram corrigidas no textoPelo quinto dia consecutivo, os hospitais da rede pública de Santa Maria estão acima de 100% na ocupação de leitos de UTI. Neste domingo, segundo o mapa de leitos do governo do Estado, as UTIs do SUS estavam em 113,9%. No sábado, a taxa chegou a 113.9%. 

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NO SUS, SUPERLOTAÇÃO HÁ 5 DIAS
Desde quarta-feira que as UTIs da rede pública de Santa Maria operam acima dos 100%. O dia com menor índice de ocupação desde então foi na sexta, com todos os leitos ocupados (100%). Quarta, quinta, sábado e domingo, as instituições que atendem o SUS registraram mais pacientes do que leitos nas terapias intensivas.

No Husm, neste domingo, havia 28 pacientes com Covid-19 para 20 leitos de UTI. Mesmo o hospital não sendo "porta aberta" para coronavírus (as pessoas só chegam encaminhadas), isso acontece, principalmente por duas situações, explica Soeli Guerra, gerente de atenção à saúde: uma delas é que os pacientes que tratam outras doenças acabam diagnosticados com Covid-19 e são transferidos para os leitos isolados. Em outros casos, pacientes que estão na UTI apresentam melhora e acabam indo para leitos clínicos. Depois de um tempo, pioram novamente, precisando retornar à UTI. Só que quando isso ocorre, a vaga já foi ocupada por outra pessoa. 

- A situação é caótica já tem semanas e são vários os fatores. Quando acontece isso, de mais pacientes do que leitos, a gente acomoda como é possível, improvisamos mesmo - relata Soeli.

A enfermeira lembra que desde o começo da pandemia, a emergência do Husm foi dividida em duas áreas: uma para pacientes de todas outras doenças que chegam, como infartos e traumas, e a outra, 15 leitos de enfermaria, onde ficam pacientes com Covid-19. Para acomodar os pacientes além da conta que se encontram na UTI, por exemplo, a equipe precisa improvisar, e até mesmo o distanciamento entre eles é reduzido. 

No Regional, o número de leitos na UTI, às 18h20min, indicava dois livres. Mas no site eles só devem constar como desocupados até a regulação encaminhar algum paciente que espera, antes mesmo de o mapa do Estado ser atualizado. Desde sexta-feira o hospital está com 100% na UTI. 

FILA POR LEITOS
Na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) a espera por leitos não é novidade. Neste domingo, dois pacientes com ventilação mecânica morreram enquanto esperavam vagas em UTI de outros hospitais. Ainda no domingo, 22 pessoas aguardavam leitos de UTI ou clínicos, o que corresponde a uma lotação de 118% na sala de observação Covid-19 da UPA, além de outros dois pacientes que aguardam leitos para outras doenças. Veja a situação na UPA: 

• 8 pacientes estão na fila por leito de UTI, sendo que três estão intubados
• 12 pacientes aguardam leitos clínicos de Covid-19
• 2 pacientes aguardam leitos clínicos para outras doenças 
• 240% de lotação na sala de nebulização, onde ficam pacientes à espera de leitos e que precisam de oxigênio

198 PESSOAS ESPERAM LEITOS NO RS
As transferências são orquestradas pela regulação estadual, que pode mandar pacientes de uma cidade à outra. Neste domingo, 198 pessoas aguardam UTI em todo o Rio Grande do Sul, 12 em situação gravíssima. Na rede privada, a lotação está em 92,5%. Esses dados são referentes ao total de vagas, tanto em alas reservadas para pacientes com Covid-19 quanto para outras doenças. Veja como está a situação dos hospitais públicos e privados nas unidades de terapia intensiva nos últimos dias nos gráficos abaixo: 

UTIs da rede SUS em Santa Maria: 

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UTIs da rede privada em Santa Maria: 

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A situação de leitos de UTI Covid-19 na cidade em cada hospital:

• Hospital de Caridade - 51 leitos, 44 ocupados
• Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) - 20 leitos e 28 pacientes
• Hospital Regional de Santa Maria - 38 leitos e 36 pacientes

LEITOS CLÍNICOS COVID-19 

• Hospital de Caridade - 100 leitos, 74 pacientes
• Hospital Regional - 40 leitos, 37 pacientes
• Casa de Saúde - 14 leitos, 13 pacientes
• Unimed - 24 leitos, 23 pacientes
• Hospital Ala 4 - 4 leitos, todos vazios
• Hospital Universitário de Santa Maria - 15 leitos, 19 pacientes

DE ONDE SÃO OS NÚMEROS?
A reportagem do Diário publica, diariamente, a ocupação de leitos com base no site do governo do Estado que é atualizado por cada hospital. Porém, os números mudam inúmeras vezes ao longo de um mesmo dia. Como a regulação é feita em todo o Estado, ou seja, pacientes são transferidos de um município para outro, às vezes um leito consta como vazio, mas é preenchido em questão de horas ou até mesmo minutos. E os hospitais relatam que com as altas taxas, os leitos são preenchidos rapidamente, mas a atualização no site não segue o mesmo ritmo. Por isso é comum o mapa apontar ocupação de 90% ou 95% de ocupação e existir pacientes esperando. Isso se justifica porque o número de pacientes na fila é maior que o número de leitos vazios.